quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

A CURA DIVINA por Edimar Cordeiro

Por Rev. Dr. Edimar Cordeiro - Lic.C.R, Th.B, Th.M, D.D


ARTIGO DE FÉ: “Nós cremos na cura divina para o corpo. At.3:2-12; 9:32-43; 5:15-
16; Tg.5:14. Não condenamos a ciência médica”.

No Antigo Testamento, poucos são os casos de curas, embora nele encontra-se a
predição deste divino ministério entre os homens.

Apesar de ter o Espírito Santo suas
diferentes manifestações através dos “dons de curar”, ele é o “mesmo Espírito” que opera na
vida do crente.

Segundo Mc.16:17-18, a cura divina deve acompanhar a vida de todo aquele que crer.
“Estes sinais hão de acompanhar aqueles que crêem: em meu nome expelirão demônios; falarão novas
línguas; pegarão em serpentes; e, se alguma cousa mortífera beberem não lhes fará mal; se, impuserem
as mãos sobre enfermos, eles ficarão curados”.

A cura divina foi anunciada na expiação, foi ordenada e praticada por Cristo; e esta
deve acompanhar a pregação do Evangelho.

a) A doutrina da cura divina

A cura é divina. Ela foi predita na expiação. “Mas ele foi traspassado pelas nossas
transgressões, e moído pelas nossas iniquidade; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e pelas
suas pisaduras fomos sarados” (Is.53:5).

Foi praticada e ordenada por Cristo. Toda Igreja é ordenada por cristo a curar
(Mc16:15-18), cabendo aos obreiros proceder neste ministério (Tg.5:14).

Há aqueles que são agradecidos com os dons de curar, que são variações das
manifestações pelo mesmo Espírito como lhe convir. “E também há diversidade nos serviços,
mas o Senhor é o mesmo... A manifestação do Espírito é concedido a cada um, visando a um fim
proveitoso... a outro, no mesmo Espírito... dons de curar” (I Co.12:5,7,9).

A cura é manifestada através da oração da fé; “e a oração da fé salvará o enfermo, e o
Senhor o levantará” (Tg.5:15).

Uma ordem do crente em nome de Jesus; “em nome de Jesus
Cristo, o Nazareno, anda!” (At.3:6); e acompanha a pregação do evangelho.

No exercício da cura divina

É errônea a crença de que o crente dotado do poder e fé, possa curar a todos quantos
queiram. Eram muitos os que procuravam a Jesus por causa de suas enfermidades, mas nem
todos alcançavam a benção, por causa da incredulidade (falta de fé). Cristo foi impedido de
realizar curas em Nazaré por falta de fé do povo. “Não pôde fazer ali nenhum milagre, senão curar
uns poucos enfermos, impondo-lhes as mãos. Admirou-se da incredulidade deles.

Contudo, percorria as aldeias circunvizinhas, a ensinar” (Mc.6:5-6).

Mateus registra o seguinte, “e não fez ali muitos
milagres, por causa da incredulidade deles” (Mt.13:58).

Em João 5, vemos o tanque de Betesda, com cinco alpendres, onde jazia uma grande
multidão de enfermos, cegos, coxos e paralíticos a espera da cura. Porém Jesus dirigiu-se a
um paralítico há trinta e oito anos e o curou. Não tinha Cristo poder para curar a todos?

“Nestes jazia uma multidão de enfermos, cegos, coxos, paralíticos.... Estava ali um homem,
enfermo havia trinta e oito anos, Jesus, vendo-o deitado e sabendo que estava assim, havia
muito tempo, perguntou-lhe: Queres ser curado?” (Jo.5:3,5-6,8).
Pontos importantes na cura

a. Toda cura divina só se opera no nome de Jesus (At.3:6), isto é, pela autoridade e poder
de Jesus Cristo.

b. Toda ela é efetuada mediante a fé (Lc.17:14; Mt.10:1,8).

c. Todo o seu realizar estar na vitória de Cristo no calvário (Is.53:5; Lc.13:32; Jo.17:4).

A cura em todos os tempos

A doutrina da cura fora prevista na expiação, em Cristo, numa predição do profeta
Isaías (Is.53:5).

Nos dias de Moisés, o povo havia pecado, porquanto havia falado contra Deus
e estavam morrendo picados pelas serpentes abrasadoras (Nm.21:6,7). Deus ordenou a Moisés
que fizesse uma serpente de bronze para todos os que fossem picados, olhassem para ela a fim
de serem curados (Nm.21:8,9). Estava ali a atuação do “mesmo Espírito” (I Co.12:4) na cura
divina, apontado a Cristo, o qual sendo levantado no madeiro nos confiaria o poder de curar
(Jo.3:14; Mt.10:1,8).

Jeremias também predisse a respeito de saúde e cura; “eis que lhe trarei... saúde e cura,
e os sararei; e lhes revelarei abundância de paz e segurança” (Jr.33:6).

Hoje temos, além da imutável promessa divina da restauração e cura do corpo, a qual
segue aqueles que crêem, a manifestação do Espírito Santo nos “dons de curar”.

b) A finalidade da cura divina

Tudo debaixo do céu e em cima no céu, tem um propósito e finalidade. Vejamos as
três finalidades básicas na
cura divina:

a. A manifestação do Espírito na vida do crente (I Co.12:7) visando a um fim
proveitoso.

b. A edificação da Igreja e expansão do evangelho (At.2:43,47; 28:8-10).

c. A glorificação do nome do Senhor (Jo.9:3; At.3:7-8).

A cura divina tem se efetuado de diferentes formas e manifestações através dos
tempos, vindas diferentemente da parte de Deus (Gn.20:17; Ex.15:26; da parte do filho
(Jo.4:46); como dom do Espírito Santo (I Co.19:9-10); através dos apóstolos(da Igreja)
(At.14:8-10; 8:7; 2:8.

A cura no Evangelismo

Gloriosamente usada na Igreja primitiva, redundava em espetaculares resultados na
vida da Igreja, mas especificamente na propagação do evangelho. “Em cada alma havia temor; e
muitos prodígios e sinais eram feitos por intermédio dos apóstolos. Louvando a Deus, e contando com
a simpatia de todo o povo. Enquanto isso, acrescentava-lhes o Senhor, dia a dia, os que iam sendo
salvos” (At.2:43,47).

A cura parece estar ligada, de uma forma especial, ao ministério da palavra (At.8:6-7).
Muitas vezes, servia para abrir portas na obra evangelística.

“Aconteceu achar-se enfermo de disenteria, ardendo em febre, o pai de Públio.
Paulo foi visitá-lo e, orando, impôs-lhes as mãos e o curou
. A vista deste
acontecimento, os demais enfermos da ilha vieram e foram curados, os quais nos
distinguiram com muitas honrarias; e, tendo nós de prosseguir viagem, nos puseram
a bordo tudo o que era necessário” (At.28:8-10).

A operação da cura divina sempre foi atração do povo à Cristo e a sua Igreja.
“E ele, estendendo a mão, tocou-lhe, dizendo: Quero, fica limpo! E no mesmo
instante lhe desapareceu a lepra. Porém, o que se dizia a seu respeito cada vez mais
se divulgava, e grandes multidões afluíam para ouvi-lo e serem curadas de suas
enfermidades” (Lc.5::13,15).

“Parindo Jesus dali, foi para junto do mar da Galileia; e, subindo ao monte,
assentou-se ali. E vieram a ele muitas multidões trazendo consigo, coxos, aleijados,
cegos, mudos e outros muitos, e os largaram junto aos pés de Jesus; e ele os curou”
(Mt.15:30).

“E, percorrendo toda aquela região, traziam em leitos os enfermos, para onde
ouviam que ele estava. Onde quer que ele entrasse nas aldeias, cidades ou campos,
punham os enfermos nas praças, rogando-lhe que os deixasse tocar ao menos na
orla da sua veste; e quantos a tocavam saíam curados” (Mc.6:55,56).

“ E Crescia mais e mais a multidão de crentes, tanto homens como mulheres,
agregados ao Senhor, a ponto de levarem os enfermos até pelas rus e os colocarem
sobre leitos e macas, para que, ao passar Pedro, ao menos a sua sombra se
projetasse nalguns deles. Afluía também muita gente das cidades vizinhas a
Jerusalém, levando doentes e atormentados de espíritos imundos, os quais eram
todos curados” (At.5:14-16).

A cura divina na Igreja

Não seria necessário mais comentário sobre o assunto diante do que já estudamos
neste capítulo, onde todos esses cenários miraculosos tem se desenrolados na igreja e pela
igreja do Senhor.

Não há nenhuma indicação na Bíblia que sejam privativos somente aos
apóstolos, porém cabe-nos dizer a Igreja e cada crente em particular que a cura divina nas
diversas manifestações do Espírito Santo, é a cooperação do Cristo com a Igreja, e a prova de
nossa fé.

Tiago nos admoesta com respeito da fé sem obras (Tg.2:17-18,20).

c) Tipos de flagelos e curas

Usamos aqui o termo flagelo e não doenças por se tratar a cura divina não somente do
corpo físico, mas também do espírito e alma.

São conhecidos três tipos ou origens de flagelos: psicossomáticas, medicinais
(distúrbios orgânicos, mentais, físicos, hereditários) e diabólicas. Para todos estes flagelos
existe a cura divina, a única a exercer poder sobre eles.
Importante sabermos que também há a cura psicossomática, a cura medicinal e a cura
diabólica.

A cura divina não é psiquismo, pois ela é a energia de Deus operando no cristão. Não
há referências bíblicas a poderes magnéticos, psíquicos ou mentais na cura divina. Pedro
enfatizou que as curas operadas pelos cristãos são puramente divina.
“À vista disto, Pedro se dirigiu ao povo, dizendo: Israelitas, por que vos maravilhais
disto, ou por que fitais os olhos em nós como se pelo nosso próprio poder ou
piedade o tivéssemos feito andar? O Deus de Abraão, de Isaque e de Jacó, o Deus
de nossos pais, glorificou a seu Servo Jesus, a quem vós traístes e negastes perante
Pilatos, quando este havia decidido soltá-lo. Vós, porém, negastes o Santo e o Justo,
e pedistes que vos concedessem um homicida. Dessarte matastes o Autor da vida, a
quem Deus ressuscitou dentre os mortos, do que nós somos testemunhas. Pela fé em
nome de Jesus esse mesmo nome fortaleceu a este homem que agora vedes e
reconheceis; sim, a fé que vem por meio de Jesus, deu a este saúde perfeita na
presença de todos vós” (At.3:12-15).

Conclusão

Neste capítulo aprendemos que a cura divina faz parte dos sinais que seguem aqueles
que crêem. Esses sinais foram dados para manifestação do Espírito Santo na vida do próprio
Cristo e sua igreja, bem como para a glória de Deus. Ela é a prova da divindade de Cristo.
João enviou mensageiros a saber: “És tu aquele que estava para vir, ou esperaremos
outro?”. A resposta de Cristo foi: “Ide, anunciai a João o que vistes e ouvistes: os cegos vêem,
os coxos andam, os leprosos são purificados, os surdos ouvem, os mortos são ressuscitados, e
aos pobres anuncia-se-lhes o evangelho.” (Lc.7:20,22).
Essas realizações miraculosas foi-nos conferidas por Cristo (Mt.28:18; Lc.10:9,19); e
seguir-se-ão até a sua vinda.



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